Um medicamento desenvolvido pela empresa farmacêutica Eli Lilly, ainda em fase de testes, surge como uma nova promessa no tratamento da obesidade, a qual é uma epidemia global.
Segundo o Metrópoles, em estudos clínicos, essa medicação, administrada por via injetável, demonstrou resultados superiores aos obtidos com o Ozempic e o Wegovy, sendo comparáveis aos resultados de uma cirurgia bariátrica.
O princípio ativo desse medicamento é uma molécula chamada retatrutida, referida no campo médico como a “molécula 3G“.
Essa substância consegue imitar três hormônios relacionados à sensação de saciedade: GLP-1, GIP e glucagon.
O Ozempic e o Wegovy, fabricados pela Novo Nordisk, utilizam a semaglutida como princípio ativo, a qual mimetiza os hormônios GLP-1 e GIP.
Na prática, os hormônios GLP-1 e GIP estimulam a produção de insulina pelo pâncreas, regulando assim os níveis de açúcar no sangue e induzindo uma sensação de saciedade.
Por outro lado, o hormônio glucagon, também produzido pelo pâncreas, tem um efeito contrário à insulina, mas contribui para a quebra das células de gordura, favorecendo o metabolismo do corpo.
De acordo com o Metrópoles, a inovação desse novo medicamento consiste na combinação dos efeitos desses três hormônios.
Segundo a médica Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN), “enquanto a GIP melhora a forma como o corpo decompõe o açúcar, o glucagon pode reduzir o apetite e ajudar o metabolismo a funcionar com mais eficiência. Isso poderia explicar porque os resultados dos estudos com a retatrutida foram mais eficazes em produzir uma perda de peso maior”.
PESQUISAS
Essas pesquisas sobre a retatrutida foram publicadas em junho.
Um artigo no The New England Journal of Medicine reportou os resultados de um ensaio clínico envolvendo 338 pacientes obesos, que receberam uma dose semanal da retatrutida durante 11 meses e perderam, em média, 23 quilos cada um.
Todos os voluntários conseguiram emagrecer pelo menos 5% do seu peso corporal, sendo que um quarto deles alcançou uma redução de 30% do peso inicial.
Segundo o Metrópoles, outro estudo foi divulgado na revista científica The Lancet no mesmo período.
Pacientes com diabetes tipo 2 conseguiram controlar a doença e perder cerca de 17% do seu peso corporal em nove meses.
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